quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Novos caças da FAB terão telas feitas no Rio Grande do Sul

Empresa com sede em Porto Alegre deve ser a fornecedora de tela que ficará no painel de controle das aeronaves

painel do Gripen E
clippingUm nome familiar aos gaúchos frequenta as 
apresentações formais da sueca Saab sobre os 
parceiros brasileiros que vão ajudar a tirar do chão a 
entrega de 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) 
a partir de 2018.
A AEL, empresa com sede em Porto Alegre que pertence 
à israelense Elbit deve ser a fornecedora de um dos grandes
 diferenciais das aeronaves que vão atuar no Brasil em 
relação as 60 semelhantes encomendadas pela força aérea 
da Suécia: uma grande tela única que ficará no painel de 
controle vai concentrar todas as informações em lugar 
das três telas separadas que são consideradas “tradicionais” 
pelos pilotos.
Conforme Jan Germunsson, vice-presidente de Parcerias 
Industriais da Saab, o acordo que culminou com a decisão 
de transferir tecnologia para o Brasil foi “um longo caminho”. 
Quem teve a palavra final sobre qual empresa deveria receber 
essa transferência, assegurou, foi a própria Saab.
O executivo assegurou que há total disposição de cumprir o 
compromisso, visto com certo ceticismo no Brasil, e justifica 
não como exigência contratual, mas como estratégia de 
negócios. Segundo Germunsson, quando um programa e 
sua relativa compensação são entregues, o cliente pode 
mudar para novos mercados. Seria o caso da Saab caso a 
escolha da empresa sueca como fornecedora das aeronaves 
para FAB não passasse pela construção dessas parcerias.

Para cumprir esse objetivo, a Saab vai formar uma joint 
venture com a Inbra Aerospace para constituir a São 
Bernardo Tecnologias Aeronáuticas, em São Bernardo do 
Campo (SP). Também participam de parcerias a Embraer, 
que fará a montagem final das aeronaves em Gavião 
Peixoto (SP), e outras quatro empresas, entre as quais a 
Mectron, da Odebrecht, que vai integrar o armamento dos 
caças.
Conforme Andrew Wilkinson, chefe do projeto Gripen 
Brazil, que esteve em Porto Alegre conversando com os 
executivos israelenses e brasileiros da AEL, houve uma 
espécie de concorrência entre algumas candidatas, entre 
as quais uma empresa de renome mundial” para definir qual 
seria a escolhida.
— Os engenheiros da Saab ficaram muito bem impressionados
 com o que viram na AEL — relatou.
Como o contrato com a FAB acabou de ser assinado, no dia
 24 de outubro, a previsão da Saab é que os acordos com 
cada uma das empresas que receberá transferência de 
tecnologia sueca só devem ser completados até meados 
de 2015.
O que cada um deve fazer:
EMBRAER
– Integra a organização do Programa Conjunto de 
Gerenciamento durante o programa
– Recebimento de ampla transferência de tecnologia 

relacionada ao caça Gripen NG
– Cooperação com a Saab em pacotes de trabalho de 

desenvolvimento dedicado relacionados ao programa
– Montagem final da aeronave no Brasil
– Realização de ensaios em voo e verificações
– Participação em estudos de capacidades futuras com a 

Saab e o DCTA AEL
– Recebimento de transferência de tecnologia relacionada 

ao HMI e à aviônica (componentes eletrônicos da aeronave) 
do Gripen NG
– Desenvolvimento, produção e entrega do WAD 

(WideArea Display), HUD (Head-up Display), HMD 
(Helmet Mounted Display) CLS (Suporte Logístico da 
Contratada) para aviônica e EW (Guerra Eletrônica) 
Mectron
– Recebimento de transferência de tecnologia relacionada 

à integração de armas do Gripen NG
– Integração e entrega de sistemas de armas da aeronave
– Integração e entrega de sistemas de rádio para Data Links
– Manutenção de radares Atech Recebimento de 

transferência de tecnologia relacionada aos sistemas de 
suporte e treinamento do Gripen NG
– Adaptação e entrega de sistemas de suporte e treinamento


AKAER
– Recebimento de transferência de tecnologia relacionada 
ao projeto e à industrialização da estrutura do Gripen NG
– Projeto e análise de tensão de unidades estruturais
– Industrialização de unidades estruturais
INBRA AEROSPACE
– Exerce papel central no estabelecimento da SBTA
– Recebimento de transferência de tecnologia relacionada 

à produção de estruturas do Gripen NG
– Produção das principais unidades estruturais
DCTA – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
AEROESPACIAL (AERONÁUTICA)
– Recebimento de transferência de tecnologia relacionada ao
 levantamento de requisitos e ao projeto conceitual da 
aeronave
– Cooperação com a Saab e a Embraer em estudos de 

capacidades futuras
FONTE: ZH por por Marta Sfredo

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