quinta-feira, 24 de julho de 2014

Quando e como usar a força


Osprey 3

NOS ÚLTIMOS 120 ANOS, OS EUA TÊM OSCILADO ENTRE O EXCESSO E A AUSÊNCIA DE INTERFERÊNCIA

*ROBERT KAGAN THE WASHINGTON POST

A Guerra do Iraque terá sido o maior erro estratégico das últimas décadas, como alguns analistas têm sugerido recentemente? A resposta é não. Essa honra pertence à não adoção de medidas contra a Al- Qaeda e Osama bin Laden antes dos atentados que mataram quase três mil indivíduos em solo americano, em 11 de setembro de 2001. E se quisermos voltar um pouco mais no passado, um grande erro também foi não deter Hitler na Europa e não impedir a guerra com o Japão, falhas muito mais gigantescas em comparação com Iraque e Vietnã em termos das trágicas consequências que os EUA pagam.

E o problema reside aí. Um tipo de erro é fazer demais, usar a força com excessiva rapidez, de modo exagerado ou, como ocorre geralmente, de maneira incompetente. Outro problema é fazer pouco, não usar a força suficiente de modo rápido como seria necessário para eliminar ou conter uma ameaça antes de ela se manifestar – ou esperar que surja uma alternativa para a força até ser tarde demais para agir eficazmente.

Não surpreende que o primeiro tipo de erro com frequência leva ao segundo. A lição do 11 de Setembro para muitos que viveram aquele momento foi que a passividade diante das ameaças é algo perigoso. Com certeza esse pensamento norteou as ações do governo de George W. Bush no Iraque e o apoio manifestado pelos 77 membros do Senado, incluindo uma maioria de democratas, ao autorizarem o uso da força em outubro de 2001. O então senador Joe Biden expressou a opinião generalizada na época de que, se Saddam Hussein continuasse “agindo livremente”, se tornaria uma “ameaça inevitável” – e a única dúvida era se os EUA resolveriam a questão “agora” ou esperariam “um, dois ou três anos”. Do mesmo modo, as lições aprendidas com a passividade americana na década de 30 produziram o ativismo, às vezes excessivo, durante a Guerra Fria. Leia mais...


*É JORNALISTA

FONTE: Estadão/forte.jor

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